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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fotonovelas - a versão 2.0 do trabalho com História em Quadrinhos

Sendo professor há 11 anos, trabalho com histórias em quadrinhos há 10. Nestes anos foi possível perceber que essa atividade, que para o aluno parece lúdica, permite ao professor uma série de percepções que seriam impossíveis em uma avaliação formal. Embora o foco deste post não sejam as histórias em quadrinhos, uma vez que eu pretenda posteriormente fazer um post específico sobre elas, gostaria de ressaltar algumas das vantagens deste trabalho para justificar a questão das fotonovelas que falarei a seguir:

1 - Criação própria do aluno:

Não estamos criando "máquinas de copiar" e nem sempre exercícios formais permitem uma reflexão dos alunos, especialmente nas séries mais iniciais do fundamental II. Por vezes, mesmo que o professor proponha uma atividade interessante, se ele não a planejar com muito cuidado, corre o risco de pegar um trabalho copiado e colado da Internet. Entretanto, ao propor a criação de uma história em quadrinhos (ou fotonovela) isso se torna impossível, uma vez que o aluno terá de fazer sua própria criação do começo ao fim. Não existe esse produto pronto para ele querer copiar, e unindo isso ao aspecto lúdico, você verá o seu aluno aparecendo na atividade.

2 - Percepção de dúvidas antes não apresentadas:

Quando o aluno começa a produção é que ele percebe que não havia compreendido exatamente algum conceito, pois agora ela vai precisar colocar aquele conceito em prática. Às vezes, mais do que o aluno perceber sua própria dúvida, uma utilização inadequada de um conceito permite ao professor perceber a dúvida e esclarecê-la.
Exemplos:
Um Egípcio antigo falando "então, como nós vivemos em 2000AC" ... a nossa ideia de contagem do tempo é transposta ao passado, demonstrando que o aluno não compreendeu que povos diferentes contam o tempo de formas diferentes.
Um indiano na antiguidade falando "pelo amor de Deus, faça isso" ... a nossa ideia de monoteísmo se transpõe para outra cultura, demonstrando que o aluno não compreendeu a o politeísmo.
Um soldado vê uma invasão mongól e sai correndo até o palácio do imperador, chega correndo e cansado e dá a notícia da invasão. Na nossa ideia de imediatismo e proximidade dos locais com os transportes modernos os alunos esquecem que uma jornada dessa poderia demorar meses.

3 - Pesquisa aplicada por parte do aluno.

Ao criar sua história, o professor deve focar que a nota será em parte pela criatividade e em parte pela "precisão histórica" ou seja, o aluno não pode utilizar elementos anacrõnicos (ou seja, não pertencentes à época histórica retratada). Isso força o aluno a pesquisar, por exemplo:
Na mesopotâmia antiga eles usavam sapato?
Na grécia antiga quem fazia casamento eram os padres?
Na Roma antiga eles enterravam os mortos?
Etc.
Com a pesquisa sendo feita para preencher uma lacuna na sua própria produção o aluno vê sentido naquela busca.


....
Seja como for, conforme eu havia dito a princípio esse post não é sobre as histórias em quadrinhos, mas sim, sobre as fotonovelas. A ideia é simples (a produção nem tanto). Ao invés de utilizar desenhos, os alunos tiram fotos das pessoas do grupo usando fantasias improvisadas daquele povo e depois editam as fotos para colocar as falas e as colocar sobre fundos da época.
Essa atividade tem um nível de complexidade maior e é ideal que, ou o professor tenha conhecimentos de programas de edição de fotos, como o photoshop, ou então que um professor de informática auxilie no processo.

Apesar das dificuldades, há uma série de vantagens
1 - Uso de novas tecnologias, aprendendo a utilização de programas que lhe serão úteis no dia a dia após a atividade.
2 - Desenvolvimento das habilidades corporais, normalmente pouco desenvolvidas durante as aulas de história (que usam mais o raciocínio visual e linguístico).
3 - Desenvolvimento da criatividade em maior escala, porque além de criar o mundo (imaginação) é preciso adaptar-se às tecnologias e improsivo das fantasias.
4 - Maior ênfase no trabalho em grupo, afinal é possível fazer uma história em quadrinhos sozinho (por mais que dê trabalho) mas é impossível fazer uma fotonovela individualmente.
5 - Maior facilidade de divulgar o resultado pela internet para amigos e família
(Neste caso sugiro o PICASA, um álbum gratuito, do google, que possui a opção de transformar as fotos em slides e compartilhar em qualquer blog, site, e-mail, etc.).

Veja abaixo alguns exemplos dos resultados:







3 comentários:

  1. Oi, Leandro!

    Muito legal a tua proposta!!! A gurizada deve se envolver bastante! e o que é melhor: aprender!!!
    Abraços!

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  2. Lenadro! Não tenho menor dúvida que a atividade de aprendizagem apresentada serviu de fato para que os alunos interagissem com o tema e se apropriarem de novos conceitos.
    Abraços Luiz
    Cultura na Rede:
    http://www.culturanateia.blogspot.com/

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  3. Olá Leandro!
    Parabéns pelo trabalho!Com estas propostas de trabalho estarás contribuindo com o processo de formação de um ser humano crítico e atuante no processo ensino aprendizagem. Vá em frente!

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