A produção de curta-metragens nas aulas de história, como resultado final de pesquisa dos alunos

Há 4 anos trabalho com a produção de curta-metragens com os alunos. Tudo se iniciou com "Um século de Zés e Marias" contanto e história do século XX a partir de um casal imaginário e seus descendentes. Desde então, pelas proporções do resultado, percebi que não deveria mais parar.

Por mais que o trabalho com curta-metragens possa, a princípio, assustar um professor, uma vez que parece requerer uma série de conhecimentos prévios e técnicos, com um pouquinho de tempo e as dicas corretas, grande parte do trabalho pode ser economizado.

Por exemplo, existe um programa que já vem instalado com o Windows, chamado MovieMaker, que tem uma quantidade relativamente grande de recursos que vão desde a inserção de fotos, som, legenda, entre outros. Alguns programas um pouco mais profissionais também podem se mostrar de simples aprendizado, como o SonyVegas.

O importante para se trabalhar com curta-metragens é um bom planejamento do trabalho. Desta forma, penso que a divisão em 8 etapas é o mais adequado.

1 - Introdução à linguagem de curta-metragens:

Nossos jovens hoje em dia estão acostumados com vídeos curtos, especialmente após o youtube e todos os seus similares. Apesar de estarem acostumados com esse tipo de vídeo, isso não significa que dominarão a linguagem dos curta-metragens. O ideal é colocá-los em contato com esses filmes. Neste caso sugiro:

1 - Ilha das Flores

2 - História das Coisas

3 - Nós que aqui estamos por vós esperamos (um "média" metragem)

Nestes momentos é interessante fazer uma reflexão com os alunos sobre a linguagem do curta. A questão da crítica presente, da linguagem direta, da escolha do tema, etc.

2 - Definir o tema e o teor (estilo) do vídeo:

Produzir um vídeo com intuito de ser uma crítica sartíria é sem dúvida bem diferente de produzir um documentário com teor alarmista. É importante ao professor discutir com os alunos o tema e o tipo de vídeo que eles querem produzir. Para isso é também importante pensar em dois outros fatores implícitos aqui: Objetivos e Público Alvo. Se o objetivo é a conscientização dos colegas, por exemplo, é mais provável que uma boa sátira seja mais eficiente do que um documentário com linguagem séria. Se o objetivo é documentar algo, como a história da escola, então a sátira não será adequada. Tudo isso deve ser sempre discutido com os alunos.

3 - Pesquisa Inicial

É necessário que os alunos pesquisem informações sobre o tema que desejam falar. Essa pesquisa inicial tem como objetivo contextualizar o tema e colocar os alunos em contato com este. Sendo assim, todos poderão contribuir com ideias pontuais e não somente "achismos" na fase seguinte.

4 - Brain-Storm das ideias iniciais:

Dizem que várias cabeças pensam melhor do que uma. Até as grandes empresas, há algum tempo, adotam a técnica do BrainStorm, várias pessoas juntas lançando ideias iniciais sobre um tema, que serão posteriormente selecionadas e desenvolvidas. Neste caso é importante separar uma dupla de alunos responsável por anotar as ideias do BrainStorm e depois as desenvolver.

5 - Pesquisa sobre o tema:

Para que o curta realmente seja bem feito, após o BrainStorm é preciso que a pesquisa se aprofunde, com auxílio do professor, onde o grupo específico responsável pela elaboração do roteiro possa ter mais informações específicas necessárias para que o curta seja consistente.

5 - Elaboração de um roteiro:

Não é necessário, na maior parte das vezes, que se crie um roteiro fixo, com falas fixas. Mas um esboço de roteiro é fundamental, um conjunto de ideias básicas que irá guiar a fala dos alunos, a escolha das músicas, cenários, etc. Pensar bem nos detalhes deixa um vídeo mais rico. Por exemplo, se formos fazer um "jornal do futuro" para mostrar o mundo após o acidente da BP (como veremos abaixo) precisamos de "propagandas do futuro" e de um mundo com um aspecto "não natural" demonstrando as consequências do ocorrido. É importante que o roteiro seja TAMBÈM informatrivo, mesmo que seja cômico. Isso tornará o vídeo mais profundo. Um vídeo que apenas critica, sem dados e nada ensina, será apenas um manifesto sem sentido a quem o ouvir.

6 - Filmagens

Minha sugestão: evite fazer na escola. Deixe os alunos se divertirem e darem risadas em grupos ao criar isso. Você verá que para cada 10 minutos de vídeo haverá ao menos uma hora de "erros de gravação" não há problema, o trabalho pode ser divertido. Para a produção de um vídeo escolar pode-se utilizar uma máquina digital que filme, ou dependendo do celular, a resolução pode ser aceitável. É sempre preciso orientar os alunos para o teste da captação de som (devemos gravar uma pequena parte do vídeo e ouvir, para ver se o som está funcionando bem).

7 - Edição

Esta pode ser feita de diversas formas. É interessante sim que seja feita coletivamente, se possível, ou ao menos começada coletivamente, até que o grupo de edição assuma o trabalho depois. A edição deve levar em conta a mixagem de músicas, o controle do som, legendas, entre outros.

8 - Divulgação

O melhor de se trabalhar com vídeos é poder divulgá-los depois. Isso ajuda tanto o professor como a escola a divulgar seus nomes profissionais e institucionais, como dá ânimo aos alunos, uma vez que vão poder ver que o trabalho dele foi valorizado. Além de que é sempre possível que comentários positivos os animem (caso comecem a surgir comentários negativos, a sugestão é bloqueá-los no youtube).

Abaixo coloco alguns vídeos que produzi com os alunos, outros vídeos ,os de artes, foram produzidos nas aulas da professora Vanessa Martins de Lima. Espero que vocês gostem (eu sempre me orgulho dos vídeos que os alunos produziram)

autoria: Leandro Villela de Azevedo - professorleandrovillela@gmail.com

(Revisado por Heloisa Machado em 14/05)